1. Em que consiste este PROJECTO?

 

 

O Projecto AMO "Uma Afilhada em Moçambique" nasceu, em 2000, na Comunidade Cristã da Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia) e  destina-se a adoptar, como afilhada, uma menina órfã ou abandonada

  ¨  concreta

  ¨  com nome

  ¨ de quem será fornecida fotografia e história

  ¨ com quem deverá haver relacionamento por carta.

 

As crianças, futuras afilhadas, encontram-se em Moçambique na CASA DA CRIANÇA MADRE MARIA CLARA (Maputo), na ALDEIA DA PAZ (Quelimane), e no INSTITUTO NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO (Quelimane) onde foram acolhidas pelas Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. São quase todas órfãs de pai e mãe e muitas estavam abandonadas na rua.

 

2. Como surgiu este Projecto?

 

No ano 2000, por iniciativa do Pe. Arlindo Magalhães (Presbítero da Comunidade Cristã da Serra do Pilar), houve um encontro-palestra com três Irmãs moçambicanas cuja Congregação tem dois centros de acolhimento de meninas órfãs e/ou abandonadas: “Casa da Criança Madre Maria Clara” (Maputo) e “Aldeia da Paz” (Quelimane). Essas três Irmãs moçambicanas que trabalham com crianças naquelas duas casas contaram-nos a sua experiência real. O drama de terem tantas bocas para alimentar sem terem comida e tantas doenças para tratar sem haver medicamentos…

Contaram-nos o inacreditável: um saco de arroz de 25 quilos custa o ordenado mensal de uma delas que é enfermeira: 60€!

Nas Casas de acolhimento e educação, falta quase tudo: alimentação adequada, lápis para pintar, cadernos onde escrever, bonecas para brincar e leite para beber. Carne só em dias de festa e a horta serve só algumas refeições.

De tudo o que disseram, resumimos o seguinte:

 

1- Dão acolhimento a 250 meninas, recolhidas quase todas da rua, a quem fornecem comida, alojamento e educação escolar.

2- Não podem aceitar mais meninas porque não possuem espaço para alojamento nem capacidade económica para as alimentarem.

3- Por vezes, perto do final do mês, falta o arroz e as Irmãs saem para a rua a pedir junto de quem pode dar alguma coisa.

4- Por cada menina gastam em média 20€ por mês para alimentação e educação!

 

Nos dias que correm, ninguém pode continuar a dizer que a miséria sempre existiu e há-de existir e que nós não temos culpa nenhuma. Não podemos esconder-nos atrás de ideias como a de que Moçambique é muito longe e temos mais aqui quem precise, nem que não podemos mandar para lá o que não comemos cá.

Todos sabemos que é possível acabar com a pobreza e que isso está ao nosso alcance se cada um der a sua parte. A ONU publicou recentemente o seu Relatório para o Desenvolvimento onde diz que a pobreza pode ser erradicada do mundo em 15 anos se a distribuição da riqueza for bem feita.

 

 

Hoje, a pobreza não é o que não há, mas o que está mal distribuído entre todos.

 

Do que ouvimos e aprendemos com os vários testemunhos daquelas três Irmãs, pensámos em como havíamos de ajudar as "suas" crianças.

E pensámos: Porque não privarmo-nos diariamente de alguma coisa que não nos faz  falta nenhuma? Por exemplo, um café, um pastel, uma revista, um maço de tabaco, e com esse dinheiro ajudar quem pouco ou nada tem? E acreditem que o resultado mensal é grande e só o verificaremos se tentarmos fazer esse mealheiro!